sábado, 30 de junho de 2012

ATIRA A PRIMEIRA FLOR

Quando tudo for pedra, atire a primeira flor.
Quando tudo parecer caminhar errado, seja você a tentar o primeiro passo certo.
Se tudo parecer escuro, se nada puder ser visto, acenda você a primeira luz.
Traga para a treva você primeiro a pequena lâmpada.
Quando todos estiverem chorando, tente você o primeiro sorriso.
Talvez não na forma de lábios sorridentes, mas na de um coração que compreenda e de braços que confortem.
Se a vida inteira for um imenso não, não pare você na busca do primeiro sim, ao qual tudo de positivo deverá acontecer.
Quando ninguém souber coisa alguma e você souber um pouquinho, seja o primeiro a ensinar, começando por aprender você mesmo, corrigindo-se a si mesmo.
Quando alguém estiver angustiado, à procura nem se sabe de que, consulte bem o que se passa.
Talvez seja em busca de você que este seu irmão esteja.
Daí, portanto, você deve ser o primeiro a aparecer, o primeiro a mostrar que pode ser o único e mais sério ainda, talvez o último.
Quando a terra estiver seca, que sua mão seja a primeira a regá-la.
Quando a flor sufocar no espinho, que sua mão seja primeira a separar o joio, a arrancar a praga, a afagar a pétala, a acariciar a flor.
Se a porta estiver fechada venha de você a primeira chave.
Se o vento soprar frio, que o calor de sua lareira, seja a primeira proteção e o primeiro abrigo.
Se o pão for apenas massa e não estiver cozido, seja você o primeiro forno para transformá-lo em alimento.
Não atire a primeira pedra em quem erra.
Nem por outro lado, aplauda o erro.
Ofereça sua mão primeiro para levantar quem caiu. Sua atenção primeiro para aquele que foi esquecido.
Quando tudo for espinho, atire a primeira flor.
Seja o primeiro a mostrar que há caminho de volta.
Compreendendo que o perdão regenera, que a compreensão edifica, que o auxilio possibilita, que o entendimento reconstrói.
Atire você, quando tudo for pedra, a primeira e decisiva flor...


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