QUANDO...
Filho meu !
QUANDO, nas horas de íntimo desgosto, o desalento te invadir a alma e
as lágrimas te aflorarem aos olhos, busca-me: eu sou aquele que sabe
sufocar-te o pranto e estancar-te as lágrimas;
QUANDO te julgares
incompreendido dos que te circundam e vires que, em torno, a indiferença
recrudesce, acerca-te de mim: eu sou a LUZ, sob cujos raios se aclaram a
pureza de tuas intenç
ões e a nobreza de teus sentimentos;
QUANDO se te extinguir o ânimo para arrostares as vicissitudes da vida
e te achares na iminência de desfalecer, chama-me: eu sou a FORÇA capaz
de remover-te as pedras dos caminhos e sobrepor-te às adversidades do
mundo;
QUANDO, inclementes, te açoitarem os vendavais da sorte e
já não souberes onde reclinar a cabeça, corre para junto de mim: eu sou o
REFÚGIO, em cujo seio encontrarás guarida para o teu corpo e
tranquilidade para o teu espírito;
QUANDO te faltar a calma, nos
momentos de maior aflição, e te considerares incapaz de conservar a
serenidade de espírito, invoca-me: eu sou a PACIÊNCIA, que te faz vencer
os transes mais dolorosos e triunfar das situações mais difíceis;
QUANDO te debateres nos paroxismos da dor e tiveres a alma ulcerada
pelos abrolhos dos caminhos, grita por mim: eu sou o BÁLSAMO que te
cicatriza as chagas e te minora os padecimentos;
QUANDO o mundo te
iludir com suas promessas falazes e perceberes que já ninguém pode
inspirar-te confiança, vem a mim: eu sou a SINCERIDADE, que sabe
corresponder à franqueza de tuas atitudes e à nobreza de teus ideais;
QUANDO a tristeza e a melancolia te povoarem o coração e tudo te
causar aborrecimento, clama por mim: eu sou a ALEGRIA, que te insufla um
alento novo e te faz conhecer os encantos de teu mundo interior;
QUANDO, um a um, te fenecerem os ideais mais belos e te sentires no auge
do desespero, apela para mim: eu sou a ESPERANÇA, que te robustece a fé
e te acalenta os sonhos;
QUANDO a impiedade recusar-se a
relevar-te as faltas e experimentares a dureza do coração humano,
procura-me: eu sou o PERDÃO, que te levanta o ânimo e promove a
reabilitação de teu espírito;
QUANDO duvidares de tudo, até de
tuas próprias convicções, e o cepticismo te avassalar a alma, recorre a
mim: eu sou a CRENÇA, que te inunda de luz o entendimento e te habilita
para a conquista da Felicidade;
QUANDO já não provares a
sublimidade de uma afeição terna e sincera e te desiludires do
sentimento de teu semelhante, aproxima-te de mim: eu sou a RENÚNCIA, que
te ensina a olvidar a ingratidão dos homens e a esquecer a
incompreensão do mundo;
E QUANDO, enfim, quiseres saber quem sou,
pergunta ao riacho que murmura e ao pássaro que canta, à flor que
desabrocha e à estrela que cintila, ao moço que espera e ao velho que
recorda. Eu sou a dinâmica da vida, e a harmonia da Natureza: chamo-me
AMOR, o remédio para todos os males que te atormentam o espírito.
Estende-me, pois, a tua mão, ó alma filha de minh'alma, que eu te
conduzirei, numa sequência de êxtases e deslumbramentos, às serenas
mansões do Infinito, sob a luz brilhante da Eternidade
Rubens C. Romanelli
Belíssima página que muitos deveriam ler.
ResponderExcluirGostei muito!...
Um abraço.