sábado, 18 de agosto de 2012

O parente que se te instalou no caminho por obstáculo dificilmente transponível…
Abençoa-o e ampara-o, quanto puderes.
As leis de causa e efeito, tanto quanto os princípios de afinidade, não funcionam sem razão.
Observa.
O tempo segue rápido. Criaturas que viste na infância do corpo físico, quase que de improviso se transformaram e renteiam contigo nos caminhos da madureza.
Acontecimentos que rearticulas, a cores vivas, na memória, mostram a idade de muitos lustros.
Assim, no curso do tempo, as existências se intercambiam umas com as outras.
Os companheiros do passado voltam a nós, reclamando o trabalho ou a pacificação, o reajuste ou a assistência que lhes devemos.
Esse coração magoado e sofredor que nos compartilha a estrada do cotidiano na Terra é invariavelmente aquele mesmo Espírito que se nos fez o credor de maior ternura e mais ampla abnegação.
O filho rebelde, junto do qual te surpreendes hoje, é o irmão a quem prejudicaste ontem, com irreflexões que o atiraram para a teimosia ou para as sugestões de vingança;
a filha menos submissa de agora é a jovem de antigamente em cujo sentimento plantaste desespero e revolta;
o pai enigmático dos dias que correm é o companheiro que escravizaste aos próprios caprichos e de quem, no pretérito, comandavas as horas com violência e tirania;
a genitora dominante é a irmã de outrora que tratavas sob os pés;
o familiar portador de inquietação e de sofrimento é sempre a mesma pessoa que se desequilibrou à conta de nossos erros, em épocas transatas, e que exige reabilitação ao preço de nosso cuidado e devotamento, nas áreas da existência física.
É verdade que isso nem sempre ocorre na pauta de débitos nossos, ante a justiça. O amor, onde surja, sabe sempre trazer a si aqueles a quem se consagra, convertendo empeços e provas em esperanças e alegrias, à feição de Jesus que nos ama desde séculos imemoriais muito antes que o conhecêssemos, e nos sustenta a todos, na Terra, sem dívida alguma para conosco.
Ainda assim, recordemos: todo parente difícil é trabalho de amor ou rearmonização que a Divina Providência nos confia, a fim de que tenhamos o privilégio de transfigurá-lo em degrau de serviço e de luz, no rumo de nossa própria sublimação.
 
Do cap. 24 do livro Astronautas do Além, de autoria de Francisco Cândido Xavier, J. Herculano Pires e Espíritos diversos.

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